Nota oficial da APMDFESP sobre
o sequestro em Santo André

Sábado, 18/10/2008

Polícia agiu corretamente, avalia entidade de policiais

O Sargento Elcio Inocente, presidente da Assoc. dos Policiais Militares Portadores de Deficiência do Estado de São Paulo, declarou no início da noite de ontem que os Policiais Militares destacados para negociar a rendição do sequestrador Lindemberg, em Santo André, agiram de forma correta.

"Muitos questionam o primeiro disparo feito pelo sequestrador, que foi a causa principal da invasão dos policiais, mas um cordão de isolamento deixou a imprensa, assim como grande parte da população numa distância de aproximadamente 100 metros. Apenas os policiais, assim como um dos nossos companheiros, estavam bem próximo ao apartamento e constataram o disparo. Depois disso, houve a invasão", afirmou o presidente da entidade.

"Se alguém critica a invasão da polícia deve ser pelo motivo de que o sequestrador saiu ileso. Queriam que a Polícia tivesse atirado contra o sequestrador? Por isso criticam a ação da polícia? Será que alguém pode imaginar que os policiais invadiram o apartamento e atiraram apenas contra as meninas? É ridículo! Pessoas esperam desastres acontecerem para utilizarem os espaços oferecidos pela mídia. Vivem de exploração da imprensa", disparou o sargento da PM.

O sargento Elcio Inocente, na década de 80 viveu uma situação contrária ao que aconteceu em Santo André. Enquanto atuava no serviço da Rádio Patrulha, foi baleado ao atender uma ocorrência de assalto com refém no bairro da Vila Formosa. Atingido por três tiros, tornou-se paraplégico. Na época tinha apenas 28 anos de idade e como precisou se aposentar, fundou a APMDFESP. Como o sgt Elcio Inocente, outros policiais também foram vítimas de sequestradores, mas esquecidos pela imprensa.

Voltando aos fatos de Santo André, ficou claro que o projétil apresentado ainda ontem a noite e retirado do corpo de uma das meninas é claramente de um calibre 32, arma utilizada pelo sequestrador.

"A polícia não utiliza esse tipo de armamento. Foram apenas balas de borracha utilizada durante a invasão. E questiono? Alguém saiu ferido por disparo de bala de borracha após a invasão ao apartamento?", comentou o presidente da entidade.

Outro fato que causa revolta ao presidente da entidade é quanto as críticas feitas por alguns ex policiais, que se apresentam como especialistas em Segurança Pública.

"Agora todos criticam a ação dos policiais, mas ninguém esteve lá durante todos os dias. Apenas os negociadores podem comprovar o que o sequestrador dizia pelo telefone aos nossos companheiros. Ele ameaçava durante todo o tempo as meninas e mais ainda, afirmava, poucos minutos antes da invasão que o 'capeta' falava mais alto que os 'anjos', portanto estava disposto a fazer qualquer coisa", comentou o presidente.

O sargento Elcio, vítima de um sequestrador, reafirma que a ação da polícia foi a mais correta. "Nossos policiais não estavam sozinhos. Um membro do Ministério Público, dr. Augusto Rossini, acompanhou durante boa parte do tempo as negociações e pode muito bem comprovar a ação correta da polícia", disse o presidente.

Abrão Dib - Jornalista - Assessor de Imprensa da APMDFESP

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