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A MULHER E O FEMININO

*REGIANE LIMA CANOSO LOPES

Este texto foi escrito com intuito de enfatizar a mulher e o feminino,
já que dia 8 de março "é o dia da mulher", da mulher,
porque o feminino lida com os tempos o tempo todo.

Quem não se interrogou, um dia, sobre a vida?

Quem não procurou, alguma vez, saber o que é ela?

Perguntas bastantes pretensiosas.

Todavia, para quem mais modestamente pergunta:

"Onde começa a vida"? E quando?

Há uma resposta imediata, simples e evidente:

"A vida começa com a concepção e se concretiza com o nascimento"

E toda a inquietação desaparece.

Certeza?

A vida começa no ventre...

No ventre da mulher...

Falar da mulher e do seu feminino é algo que precisa sair do tradicional ao que se refere o entendimento teórico, pois isso se esgota rápido demais para a mulher criativa, talentosa, profunda e selvagem.

O cotidiano muitas vezes é breve ou totalmente omisso quanto às questões mais profundas e importantes para as mulheres: o aspecto arquetípico (natureza instintiva), o intuitivo, o sexual e o cíclico, as idades das mulheres e o jeito de ser mulher, sua sabedoria e seu fogo criador.

Quando as mulheres estão com a mulher selvagem, a realidade desse relacionamento transparece nelas. Não importa o que aconteça, essa instrutora, mãe e mentora selvagem da sustentação as suas vidas interior e exterior.

Quando as mulheres reafirmam seu relacionamento com a natureza selvagem, elas recebem o dom de dispor de uma observadora interna permanente, uma sábia, uma visionária, um oráculo, uma inspiradora, uma intuitiva, uma criadora, uma inventora e uma ouvinte que guia, sugere e estimula uma vida vibrante nos mundos interior e exterior.

Elas sabem institivamente quando as coisas devem morrer e quando devem viver, elas sabem como ir embora e como ficar.

Portanto o termo selvagem neste contexto não é usado em seu atual sentido pejorativo de algo fora de controle, mas no sentido de viver uma vida natural. Essas palavras mulher e selvagem fazem com que as mulheres se lembrem de quem são e do que representam é o sentido de não domesticada. Elas criam uma imagem para descrever a força que sustenta todas as fêmeas e o feminino.

Quando a mulher perde o contato com a psique instintiva, ela vive num estado de destruição parcial, e as imagens e poderes que são naturais à mulher não tem condições de pleno desenvolvimento. Quando são cortados os vínculos de uma mulher com sua fonte de origem, ela fica esterilizada, e seus instintos e ciclos naturais são perdidos, em virtude de uma subordinação a cultura, ao intelecto ou ao ego dela própria.

A mulher inata, instintiva é o veículo e o destino.

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* REGIANE LIMA CANOSO LOPES é psicóloga
e atua na sede central da APMDFESP

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