BSB (BOM, SIMPLES E BARATO)

Encontro Internacional de Polícia Comunitária

Há quem acredite que a polícia do futuro será algo parecido com o que se vê nos filmes: tudo eletrônico, alta tecnologia, equipamentos mirabolantes, enfim, um visual impressionante. Isso também vai existir,mas não é o principal.

A velha luta do bem contra o mal tem uma receita mais simples: policiais motivados e , dispostos a bater de porta em porta para dizer “bom dia! Eu sou Sd Fulano de Tal. Trabalho na Base Comunitária que fica ali na esquina. Se precisar de algo, pode me procurar.”

Um simples gesto passa a se tornar algo poderoso na medida em que as pessoas descobrem que o policial está ali para resolver os pequenos problemas antes que eles se tornem um caso de polícia. Pode até ser estranho e contraditório que a polícia esteja disposta a resolver problemas que ainda não são de polícia, mas é justamente esse o objetivo: “cortar o mal pela raiz” como cita o ditado popular.

A Polícia Comunitária é um retorno às origens, redescobrindo a gênese social e humana das mazelas que desembocam nas delegacias todos os dias.

O contato inicialmente forçado de bater na porta das casas, com o tempo se torna natural e passa a gerar uma confiança entre a comunidade local e os policiais. A partir dessa confiança começa a surgir a principal ferramenta da moderna polícia: a informação.

Um ponto de tráfico, uma pessoa suspeita, um carro diferente, são exemplos de informações que brotam da comunidade, permitindo que a polícia haja. A pronta resposta gera mais confiança, que por sua vez provoca mais informações e aí então está formado um círculo virtuoso. Os índices de criminalidade começam a cair, as pessoas se sentem mais seguras e isso é “tudo de bom”.

Não bastasse ser simples e bom, esse negócio de Polícia Comunitária ainda é barato. Os policiais andam muitas vezes à pé, mas há uma viatura para ser usada quando necessário. As Bases Comunitárias são edificações singelas que possuem em sua maioria uma sala envidraçada de atendimento ao público, um dormitório e um banheiro. O mobiliário também é igualmente simples. Como já foi dito, o mais valioso de tudo é o relacionamento saudável entre a polícia e a sociedade.

Hoje, 29Mar2011, a Polícia paulista está desenvolvendo um Encontro Internacional de Polícia Comunitária com a participação de representantes brasileiros e dos países da América Central: Guatemala, El Salvador e Costa Rica, que vieram até aqui para assinar o Acordo de Cooperação entre a Polícia Militar de São Paulo e a JICA (Agência de Cooperação Internacional do Japão).

A partir deste acordo, São Paulo passará a funcionar como multiplicador do Sistema Koban, Polícia Comunitária Japonesa. Uma recompensa inequívoca pelo sucesso da aplicação desse modelo de policiamento que tanto contribuiu para a drástica redução dos índices de homicídios no estado, tornando-se um produto de exportação tecnológica na área de gestão de segurança pública.

Na vetusta Academia de Polícia Militar do Barro Branco o Encontro se iniciou com um discurso simples, mas emocionado, do Consul Japonês em São Paulo, Kazuaki Obe, que comentou os desastres naturais do Japão e agradeceu a solidariedade da comunidade internacional a seu país.

Ficou patente e é admirável que a despeito de todos os problemas enfrentados pelo Japão, do outro lado do mundo, seus representantes estejam reafirmando o compromisso com o desenvolvimento mundial em várias áreas, em especial a segurança, objeto da palestra seguinte proferida pelo Sr. Nobuyuki Kimura, Coordenador de Projetos da JICA.

O Encontro Internacional de Polícia Comunitária segue pelo dia todo com palestras e troca de experiências de policiais que de uma forma ou de outra irão deixar a sua contribuição para reduzir o crime e desenvolver as instituições de segurança pública.

Fonte: Comunicação Social

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