Antonio Figueiredo Sobrinho
A Associação dos Policiais Militares Portadores de Deficiência do Estado de São Paulo (APMDFESP) comemorou 26 anos de vida no dia 29 de janeiro.
A história da APMDFESP emociona a todos, mas principalmente àqueles que estão há mais tempo na luta pelos direitos do policial militar portador de deficiência, como o presidente da instituição, Antonio Figueiredo Sobrinho, que em 13/08/1989, quando estava fora de serviço, foi atingido por uma bala perdida, tornando-se paraplégico.
Seu primeiro trabalho na APMDFESP foi como Diretor de Voluntários, depois exerceu o cargo de Secretário Geral e logo passou a Vice-Presidente. Em 17 de março de 2018, assumiu a presidência da entidade, que presta mais de 16 mil atendimentos anuais aos policiais militares e seus familiares, além de fornecimento de próteses, cadeiras de rodas e materiais hospitalares.

Antonio Figueiredo Sobrinho
A Associação dos Policiais Militares Portadores de Deficiência do Estado de São Paulo (APMDFESP) comemorou 26 anos de vida no dia 29 de janeiro.
Breve Histórico
Fundada em 1993, a APMDFESP nasceu de uma conversa no Centro Médico da Polícia Militar do Estado de São Paulo, no ano anterior. Desse bate-papo entre o 3.º Sgt. Ref. PM Jefferson Eduardo Patriota dos Santos e o 2.º Ten. Res. PM José Roberto Pinatti, ambos paraplégicos, surgiu o desejo de criar um Clube de Paraplégicos. Mas a ideia inicial evoluiu para uma associação porque isso facilitaria o trabalho prol desses valentes profissionais.

(Foto: Acervo APMDFESP) O Sargento Jefferson Eduardo patriota dos Santos foi o primeiro a ocupar a presidência da associação
Assim, o Sargento Jefferson se tornou o presidente da nova instituição. Por causa das dificuldades do início, a APMDFESP ocupava uma pequena sala cedida pelo presidente da Associação dos Oficiais da Reserva e Reformados PM (AORPM), Cel. Res. PM Edilberto de Oliveira Melo (também o sócio número 1 da entidade) em sua Sede Social. Algum tempo depois, o superintendente da Caixa Beneficente da PM, Coronel PM Luiz Carlos dos Santos cedeu, em locação, o lugar que abriga a sede da instituição, na Zona Norte da capital paulista nos dias de hoje. Além deles, a APMDFESP contou também com o apoio inestimável do Coronel PM Theseo Darcy Bueno de Toledo, entre tantos outros companheiros importantes em nossa jornada. Alem de atuar na reabilitação física e psicológica do policial militar com deficiência e seus dependentes,a APMDFESP abraçou outras lutas que dizem respeito às condições de trabalho e salários desses profissionais, como por exemplo, a PEC 300 (já aprovada no primeiro turno), que estabelece o piso nacional de salários para policiais militares, civis e bombeiros militares no Brasil. “A gente incorporou o espírito de batalha para conseguir mais benefícios para os PMs. E temos conquistado algumas vitórias como, por exemplo, o ALE (Adicional de Local de Exercício) para os inativos. Lembro bem o dia em que nós fomos levar o ofício com a solicitação para o deputado Barros Munhoz, que era o presidente da Assembleia Legislativa. Conosco estava o Sargento reformado Paulo Telhada, pai do vereador Coronel Telhada. Explicamos para o Barros que só quem recebia esse benefício eram os que estavam na ativa. O governador entendeu e resolveu a questão. Quando foram concedidos os 100% para os inativos, o valor seria pago em cinco anos, 20% em de cada vez. Em um segundo momento, pleiteamos que fosse pago 100% do ALE de uma vez, para todo policial que passou para a inatividade por incapacidade física, independente de estar em serviço ou não. Muita gente se apropriou dessa vitória, mas foi a APMDFESP que lutou e conseguiu o beneficio”, comentou Elcio Inocente.
O presidente relembra, ainda, que houve muitas outras batalhas, ao lado de companheiros que já se foram. “Muitos dos guerreiros da APMDFESP que iniciaram a luta pelo policial portador de deficiência e as dificuldades que ele enfrenta ficaram pelo caminho,mas serão lembrados sempre em nossos corações”. A APMDFESP atua na reabilitação do policial militar portador de deficiência e seus dependentes, sem esquecer de lutar pela melhoria das condições de trabalho e salários dos policiais militares. Atualmente, a APMDFESP conta com aproximadamente 22 mil associados, dos quais 5 mil são portadores de deficiência e 13 mil segurados. A APMDFESP é uma pessoa jurídica de direito privado, instituída na forma de sociedade civil, com fim beneficente, de caráter filantrópico e assistencial, representando, prioritariamente e na forma de seu estatuto, os policiais militares portadores de deficiência, além de toda a corporação policial militar. Entre os benefícios que o associado e seus dependentes têm estão os serviços oferecidos pelo Departamento de Clínicas e Reabilitação, com atendimentos feitos por psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e médico fisiatra. Os associados da APMDFESP também contam com assistência jurídica e social, equoterapia, terapia aquática, esporte, lazer, curso de mergulho e convênios com vários parceiros de diferentes áreas. A APMDFESP também tem forte atuação na recolocação de portadores de deficiência no mercado de trabalho.
O 3º Sargento PM Elcio Inocente assumiu a presidência em junho de 2008. Começou em 1997 como diretor de Patrimônio, depois foi diretor de Relações Públicas e Vice-Presidente. Com a morte de Jeferson, que havia retornado à presidência, foi empossado no cargo. Cadeirante desde 79, em virtude de uma troca de tiros ocorrida quando atendeu um chamado de assalto com refém, participou dos momentos mais difíceis da entidade: “Nosso começo foi uma luta. Montávamos cestas básicas com doações de alimentos que vinham a granel. Com esse material, fazíamos sacolinhas para dar aos policiais mais necessitados. No começo só havia fisioterapia e a parte social. Nossos recursos eram muito limitados. Mas o tempo foi nos norteando, conseguimos agrupar mais policiais deficientes, o número de associados foi aumentando e nos possibilitando melhorar nosso atendimento”, lembra o Sargento Elcio.

Vista aérea da sede, na Zona Norte, que oferece aos associados Fisoterapia, Terapia Ocupacional, Hidroterapia em piscina aquecida e que conta também com profissionais como fonoaudióloga, nutricionista, médico fisiatra, além do Departamento Jurídico.
ETERNO GUERREIRO
Em solenidade realizada no dia 20 de outubro, no Plenário Juscelino Kubitschek da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, a APMDFESP fez a entrega da medalha “Eterno Guerreiro” a 11 homenageados, civis e militares, durante a comemoração do Dia do Policial Militar Portador de Deficiência.
Em solenidade realizada na última sexta-feira, 20 de outubro, no Plenário Juscelino Kubitschek da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, a APMDFESP fez a entrega da medalha “Eterno Guerreiro” a 11 homenageados, civis e militares, durante a comemoração do Dia do Policial Militar Portador de Deficiência. Tal comenda é uma homenagem àqueles que lutam pelo reconhecimento dos direitos de todos os brasileiros, sejam eles portadores de deficiências ou não, e que não têm suas necessidades básicas como cidadãos atendidas. A medalha foi criada em 2005 e oficializada em 2013. A solenidade foi co-presidida pelos Deputados Estaduais Coronel Camilo e Coronel Telhada, e a mesa foi composta ainda pelo Deputado Federal Major Olímpio; pelo Cel PM Marcelo Miranda de Santana, na ocasião representando o Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Cel PM Nivaldo Cezar Restivo; pelo Presidente da APMDFESP, Antonio Figueiredo Sobrinho e pelo Superintendente da Cruz Azul, Cel PM Julio Antonio de Freitas Gonçalves. OS HOMENAGEADOS
- Cel PM Nivaldo Cezar Restivo – Hoje Comandante Geral, há muito tempo é um dos grandes incentivadores da APMDFESP, que agradece tudo o que ele já fez pela Associação e pelos nossos companheiros.
- Ten Cel Carla Danielle Basson Niglia – Comandante do 35º BPM/I Desde que chegou em Campinas abriu as portas das Unidades Policiais e especialmente para os veteranos, reintegrando-os à Corporação e seu Comando prestigia e respeita o trabalho da APMDFESP.
- Soldado PM André Rocha – Após sofrer um grave acidente em serviço, André reabilitou-se na APMDFESP e tornou-se um orgulho para a entidade ao conquistar a medalha de ouro no mundial paraolímpico em Londres, em 18 de Julho deste ano. Hoje, carrega consigo a honra de ser um campeão mundial e com essa missão, leva o nosso nome para todo o mundo.
- Tenente Coronel PM Antônio Aparecido Delafina – Ao descobrir as dificuldades financeiras que a APMDFESP atravessa, o Coronel Delafina promoveu um dos maiores eventos da Mooca, que reuniu dezenas de famílias, e toda a renda foi revertida para a nossa Entidade. Com essas atitudes, nós conseguimos atender os pedidos que chegam a Associação. Obrigado Obrigado Coronel Delafina.
- João Gabriel da Silva Neubauer – Esse jovem é um exemplo maravilhoso. Realizou uma campanha entre os amiguinhos da escola e recolheu lacres de latinhas que preencheram 130 garrafas pet. Com isso ele doou para a APMDFESP cadeiras de rodas para os nossos policiais portadores de deficiências.
- Célio Barbosa Ferraz – O Sr. Célio, morador no litoral não é policial, não tem familiares policiais, mas respeita tanto a Corporação que não abre mão de atender mensalmente os pedidos de cestas básicas feito pelos nossos policiais reformados por invalidez. A ele nossa homenagem e nosso eterno agradecimento.
- 3° Sargento Ricardo Zandonela – Associado há muitos anos da APDMFESP sempre foi um dos divulgadores do trabalho que realizamos, defendendo a nossa missão e nos dando chance de atender outros companheiros que precisam da nossa ajuda.
- 2° Sargento PM Rodoviário Ricardo de Araújo Drumond – Esse é um daqueles associados que leva o nome da APMDFESP para onde ninguém pode imaginar. Graças ao seu empenho e esforço, a Associação realizou grandes parcerias que já proporcionaram o recebimento de dezenas de cadeiras de rodas de foram revertidas aos nossos policiais.
- 3º Sargento PM – Gildesmar Canuto – Desde que era aluno, o Sargento Canuto é nosso voluntário. Além de doar materiais para manutenção e reformas na nossa regional na zona oeste, ele doa seu tempo e sua própria força de trabalho a serviço da APMDFESP.
- 3° Sargento PM Luiz Carlos dos Santos – Desde que foi ferido em serviço, confiou em nosso trabalho. Tornou-se membro efetivo da nossa família, buscando sua recuperação e seguir em frente. Ao poder atender nosso companheiro, sentimos nossa missão cumprida. Obrigado pela confiança.
- 1º Sargento PM Rogério Praxedes Marcolino – Representante da APMDFESP na zona oeste, é um guerreiro e não tem hora e nem dia para atender o pedido de um associado ou seus dependentes. É um companheiro de todos os momentos e hoje recebe a medalha Eterno Guerreiro.
Ao final da solenidade, o Presidente da APMDFESP, Antonio Figueiredo Sobrinho, entregou aos Deputados Estaduais uma proposta de Projeto de Lei que prevê aos policiais militares reformados por invalidez a promoção ao posto ou graduação imediatamente superior e vencimentos integrais aos que teria direito ao completar 30 anos de serviço, acrescidos de um terço. Esta seria uma forma de atender ao apelo de pelo menos 5 mil policiais militares reformados por invalidez que estão abandonados e merecem, acima de tudo, serem tratados com dignidade.