O presidente Elcio Inocente é a personalidade do mês no portal de segurança pública, mantido pelo Sindicato dos Servidores da Polícia Federal do Estado de São Paulo (Sindpolf-SP). Leia abaixo a matéria na íntegra.
A serviço dos Policiais Militares portadores de deficiência
- Escrito por Katy Fabruzzi
Elcio Inocente (foto: SINDPOLF/SP)
Foi em uma manhã chuvosa de segunda-feira que encontramos o sargento Elcio Inocente, presidente da Associação dos Policiais Militares Portadores de Deficiência no Estado de São Paulo (APMDFESP), no telefone, em busca de alguém que pudesse ajudar na internação e tratamento de câncer para a mãe de um policial. “Em um hospital particular, a família desse policial precisaria desembolsar cerca de R$ 100 mil”, comenta.
Apesar de não ser um dos benefícios que a instituição oferece aos associados, Elcio Inocente sempre tem em sua mesa muitos pedidos parecidos com esse. Pessoas com os mais diferentes tipos de problemas e que necessitam de um empenho pessoal do Sargento para encontrar solução.Isso faz parte da rotina de nossa personalidade do mês, que também é portador de uma deficiência adquirida durante seu trabalho policial.
Em 1979, Elcio Inocente foi baleado quando atendia a uma ocorrência de assalto com refém no bairro da Vila Formosa, zona leste da capital. O bandido foi morto e o refém nada sofreu. O incidente o tornou paraplégico e depois de um longo e intenso tratamento passou a se locomover de muletas.
Na Associação, começou em 1997, como diretor de Patrimônio e não parou mais, tornando-se vice-presidente em 2002. Foi eleito presidente em 2008 e já completou 18 anos de trabalho e dedicação. De lá pra cá, conseguiu também inserir policiais militares deficientes físicos no mercado de trabalho.
“(…) conhecemos todas as dificuldades que envolvem uma deficiência física, uma limitação. O êxito nessa luta é motivo de alegria para todos nós que fazemos parte da família APMDFESP”“A Associação tem o curso normal dela e participamos disso. Tentamos dar o melhor da gente para beneficiar os nossos irmãos policiais. Nem sempre temos êxito, mas buscamos todos os meios possíveis e maneiras para tornar a vida do policial menos sofrida, menos difícil”, avalia.
E se resolvem, é motivo de comemoração. “Se conseguimos ajudar um policial, nos faz muito bem porque conhecemos todas as dificuldades que envolvem uma deficiência física, uma limitação. O êxito nessa luta é motivo de alegria para todos nós que fazemos parte da família APMDFESP”.
Questionamos o presidente se ele gostaria de mudar alguma coisa, que sorri e brinca: “Que pergunta difícil”. Afinal, nunca pensou nisso. “Na verdade, o trabalho é tão dinâmico que a gente não tem tempo para parar e pensar. Ontem, por exemplo, (domingo), fui pra casa às cinco da tarde, pois surgiu um compromisso de última hora. Não temos muito controle disso, vivemos a Associação”, respondeu.
São 24 horas por dia, sem tempo e sem horário, muitas vezes, sem uma vida social ou familiar integral. “Quando a gente assume o posto de diretor da Associação, a nossa vida está entregue a ela. Às vezes, sinto falta de uma vida social, eu não tenho, abri mão disso”.
A APMDFESP tem aproximadamente 23 mil associados e é procurada para resolver as mais diversas situações. Dependendo do problema, não são os dedicados profissionais da entidade (fisioterapeutas, psicólogos, assistente social, terapeutas ocupacionais, médico, advogados) que encontram a solução. Muitas vezes, é necessário acionar uma vasta rede de pessoas como os próprios diretores da instituição, policiais em atividade e inativos, políticos, membros da sociedade civil que conhecem a atuação da entidade, formando uma rede solidária em favor do policial e sua família.
Como exemplo, Elcio Inocente citou um episódio recente em que foi convidado por um coronel para um evento. Na ocasião, a Associação recebeu a doação de 150 cestas básicas, 100 cobertores e duas cadeiras de rodas. “A APMDFESP, pelo serviço que presta aos policiais, tem credibilidade e, por isso, é tão requisitada. Geralmente, somos atendidos nos pedidos que fazemos”, conclui.
Aliás, voltando àquela manhã chuvosa de segunda-feira, soubemos duas semanas depois de nossa entrevista que o PM que havia pedido ajuda para a mãe que estava com câncer havia conseguido interná-la para fazer cirurgia. Mais uma vez, foi importante a ajuda da rede de solidariedade formada por amigos da APMDFESP.
Para ler outras notícias do porta clique www.portalsp.org.br
Leia também:
Conheça todos os benefícios que a APMDFESP oferece aos associados
Associado agradece absolvição no Tribunal de Justiça Militar
“Essa associação me levantou quando eu estava caído”, diz associado
SP no Ar, da Rede Record, exibe matéria sobre a APMDFESP
Assassinato do Cabo PM Spencer é noticiado em telejornais
“O suporte da APMDFESP foi muito importante na minha vida”
“Se não fosse a associação, hoje estaria na cama e não aqui“
“Vale a pena a gente ser sócio da APMDFESP”
Ciaf divulga tabela completa de vencimentos com base na Lei Complementar 1249/2014
parabéns a nossa associação que , continuemos cada um de nós com sua parte cada vez melhor p/ mantermos uma honrada associação ! Maurilio